Serra de S. Mamede

2006-02-04 - 2006-02-05 (Sábado - Domingo)

2006-02-07: O CAAL voltou à Serra de S. Mamede muitos anos depois. A alegria de quarenta companheiros e um tempo excepcional fizeram a diferença neste fim de semana. Valeu a pena percorrer os caminhos rurais e visitar as vilas e as aldeias da serra.

O castelo de Marvão, a calçada romana ou medieval, a ponte da portagem, a judiaria de Castelo de Vide - tudo nos fez recordar a história destas paragens fronteiriças, por onde tantos povos se fixaram e aqui deixaram vestígios: romanos, visigodos, árabes, judeus.

E hoje? A paisagem certamente mudou muito, desde então.

Os pinheiros e os eucaliptos predominam. Os carvalhos não abundam e muitos dos sobreiros e castanheiros já arderam. O chão da mata apresenta uma manta espessa de agulhas dos pinheiros ou de folhas dos carvalhos. É agradável pisar esse tapete, mas o fogo espreita e torna-se urgente proceder à sua limpeza. As áreas ardidas foram uma constante ao longo do passeio. É pena!

No percurso sobressaíu ainda Alegrete. Do castelo arruinado, outrora atalaia da raia com alguma importância, contemplam-se as ruas estreitas e as casas impecavelmente caiadas a branco e azul. A igreja cheia para a missa. Toda a população, idosa, aí deveria estar concentrada. Curioso: os homens agrupados numa ala e apartados das mulheres, todos atentos à homilia dominical.

A pernoita foi em Portalegre no Albergue da Juventude. Um pequeno passeio na noite fria pela cidade, um agradável jantar e ala para a cama que no domingo foi preciso madrugar.

Por terras de montado

4 e 5 de Fevereiro – Sáb. e Dom. - 2/3 botas.

Sábado, 4 iremos partir de Marvão (868m), a vila mais alta de Portugal e belíssima povoação fortificada.

(...) o visitante pode pôr pé em terra e assistir ao seu próprio triunfo (...).De Marvão vê-se a terra toda (...).Compreende-se que neste lugar do alto da torre de menagem do castelo de Marvão, o viajante murmure respeitosamente: "Que grande é o mundo".
José Saramago,Viagem a Portugal (1981)

Depois de descer à Portagem e passar o Sever, caminhando por estradões e caminhos rurais sem grandes desníveis chegaremos a Carreiras (606m). Segue-se um caminho romano, a meia encosta, paralelo à linha de cumeada do Lobo (833m).O dia estará terminado ao avistarmos Castelo de Vide e o Santuário de Nossa Sra.Senhora da Penha. A pernoita será em Portalegre, onde o jantar é livre.

Domingo, 5 será o dia da travessia, em fundo verde, da Serra de S. Mamede. A partir de Alegrete (497m), desfrutaremos de uma vista magnífica, ao longo dos cerca de 4km da linha de cumeada que liga Alegrete à Broa (602m), passando pelo Pico (589m). Passaremos no Cabeço Alto (732m), contornaremos a Cruz do Cume (904m) e após um corta-mato chegaremos a S.Mamede (1027m).Iniciaremos então o troço final da actividade, que terminará na barragem da Apartadura (598m).

Características dos percursos

Cerca de 12km no 1º dia e 16km no 2º dia. No Domingo teremos desníveis acentuados (nos dois sentidos) a vencer e parte do percurso é em terreno difícil. Possibilidade de neutralização em ambos os dias.

Recomendações: Botas de montanha indispensáveis. Aconselhável o uso de bastão. Vestuário adequado para o frio: gorro, luvas, impermeável e forro polar. No Domingo não haverá possibilidade de abastecimento de comida e água.

Alojamento e alimentação: No Albergue de Juventude de Portalegre, sem pequeno almoço. Existe máquina de café.
No Domingo de manhã não haverá possibilidade de qualquer abastecimento (incluindo o pequeno almoço), pelo que os companheiros deverão assegurar todas as refeições do dia antecipadamente.

Cartografia: Folhas 335, 347, 348 e 360 da Carta Militar de Portugal, na escala 1/25000 do IGE.

Partida: Sábado, às 6h45 de Algés e às 7h00 de Sete Rios.

Participação em viatura própria: Concentração no Sábado às 10h30 em Marvão (convento). Nota: inscrição prévia no Clube